ENSINA A CRIANÇA (Pv.22.6)

A Bíblia esta recheada de admoestações quanto a reciprocidade das manifestações de respeito que deve ser recíproca na relação entre pais e filhos.

Se por um lado Ela ensina que os filhos devem respeitar e honrar os pais, por outro, manda aos pais que sejam eternos educadores de seus filhos.

E ensinar inclui 5 idéias que deve ser seguidas por todos os pais:

• DAR O EXEMPLO – O interessante desse versículo é que diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar...” e não “Ensina o caminho...”.

Há uma grande diferença entre dizer: “Vai!”  e dizer: “Vamos!”.

Não queiramos que nossos filhos sigam o bom Caminho, se nós não o seguimos. Não queiramos que nossos filhos sejam honestos se nós não o formos.

Os filhos se espelham nos pais e nós devemos ser cônscios disso se quisermos que nossos filhos sejam futuros homens de bem e vitoriosos na vida.

• SER DEDICADO – O pai tem que ser presente em toda a vida dos filhos, acompanhando eles em tudo. Se os afazeres do dia a dia nos tomam todo nosso tempo, devemos guardar pelo menos parte desse tempo para passarmos com nossos filhos. Estar com o filho, brincar com ele, conversar, discutir, ensinar, não é perder tempo de forma alguma, pois toda a sua vida e o seu trabalho só têm razão de ser pelos seus filhos, pela sua família. Então, cuidar da educação deles hoje é investir em um futuro de paz e tranqüilidade quanto ao caráter deles.

• TER PACIÊNCIA – Educar exige muita paciência, pois afinal, se eles estão aprendendo, quer dizer que eles ainda não sabem. E muitas vezes para que se aprenda é necessário que se passe a lição várias e várias vezes. São necessários muitas quedas e choros, mas não devemos nos desesperar, pois um dia eles aprendem.

No início do meu ministério convivi com o Pastor Paulo Roberto da Silva, da Assembléia de Deus (Bauru) que nunca me dizia: “Não faça tal coisa!” ou “Não diga tal coisa!”. Ele deixava eu aprender tropeçando para descobrir que na estrada tinha uma pedra ou um buraco. Ele só ficava ao meu lado, para que eu não me machucasse tanto. E assim aprendi muito com ele.

• USAR DE SABEDORIA – Quando digo isso, falo da atenção dos pais sobre os filhos para o que possa estar acontecendo, para identificar o problema e saber solucioná-lo.

 Muitas crianças vão para a escola e ficam longe das vistas dos pais e lá passam por diversas situações: bulling, vexames, dificuldades no aprendizado, etc. e muitas vezes os pais não ficam sabendo, pois os filhos muitas vezes não têm coragem de se abrir com os pais por medo ou até vergonha.

E quando se chega a puberdade, quando os hormônios estão a flor da pele daí é que eles se fecham mesmo, pois os garotos e garotas começam a se descobrir e ficam muito confusos com as mudanças que vem acontecendo em seus corpos, com sentimentos que começam a aflorar, com pequenos problemas íntimos que eles não sabem o que é e que não tem coragem para perguntar para os pais, e acabam se informando na rua, muitas vezes por meios duvidosos.

Os pais têm que estarem atentos aos sinais muitas vezes não verbais dos filhos, para descobrirem o que possa estar acontecendo e tentar ajuda-los.

• MOTIVAÇÃO – Sabe aquela arte que seu filho faz e que te deixa louca? Aquela vez que ele pulou do sofá e acabou quebrando aquele vaso que você tanto gostava? Nossa, isso deixa qualquer um com vontade de aplicar a doutrina da cinta, né? Então... Mas você já parou pra pensar o porquê do seu filho fazer tanta arte? E quando você está com visitas e ele não pára quieto? Então... Porque será?

É simples. É porque ele está tentando chamar a atenção de você de qualquer jeito. Ele quer ser importante na sua vida a ponto de você não descuidar dele nenhum momento. Eu sei, é cansativo, mas tudo o que ele faz pra chamar a sua atenção pois está esperando um elogio, algo que faça ele se sentir importante pra você.

Um filho, quando estuda e tira uma nota boa no colégio, vem mostrar para os pais esperando que eles reconheçam o seu esforço e a sua inteligência. Pense que ele não se preocupou em mostrar isso nem pro melhor amigo e nem para a sua namorada. Ele veio correndo mostrar para você. E qual é a decepção de um filho quando ele vem todo contente mostrar um resultado bom de algo que ele fez e recebe o descaso do seu pai ou da sua mãe?

Devemos ser motivadores dos acertos e dos dons, das vocações e das decisões dos nossos filhos.

Não adianta você querer que ele seja um médico, se a vocação dele é música ou um esportista.

Ele faz a escolha e nós o aconselhamos e o apoiamos em suas escolhas, apenas mostrando os prós e os contras, mas não cercando e determinando os caminhos a serem seguidos, desde que não sejam caminhos errados.

Se por um lado o já citado pastor Paulo deixava eu aprender com meus erros, ele sempre estava pronto a me mostrar quando eu errava. Eu nunca errei perto dele sem que ele me dissesse no final: “Você viu? Você aprendeu agora?”.

O problema de muitos pais é que quando os filhos erram, os pais não estão presentes (e isso tem que ser bem na hora do erro) para apontarem onde o filho errou, deixando seus filhos enveredarem muitas vezes por caminhos tortuosos.

Eu me recordo que minha finada avó sempre me contava a estória de um garoto que um dia chegou em sua casa com uma agulha e sua mãe, ocupada com os afazeres domésticos nem se importou com aquilo. Acontece que depois de uns dias ele chegou com uma barra de chocolate e com algumas moedas. A mãe novamente nem quis ir atrás para saber a proveniência de tais objetos e assim o filho cresceu e se tornou um perigoso ladrão, que para se apoderar dos bens dos outros muitas vezes matava as pessoas. Um certo dia esse ladrão e homicida foi preso e depois de julgado foi condenado a morte por enforcamento. E quando ele já estava no cadafalso foi lhe concedido um último desejo e ele respondeu que queria dar um beijo na sua velha mãe. Quando a sua mãe, chorando lhe estendeu a face para receber o derradeiro beijo, o rapaz deu-lhe uma mordida na face que lhe tirou um pedaço e disse: “Se a senhora, mãe, tivesse prestado atenção naquela agulha que eu trouxe pra casa aquele dia, hoje, com certeza eu não estaria aqui!”